segunda-feira, 1 de novembro de 2010

PAZ NAS ESCOLAS



“Trabalhando com Ética e Cidadania em Prol da Paz nas Escolas”. Este é um tema que deveria ter continuidade todos os anos na educação tanto no DF quanto em todos os municípios brasileiros. Haja visto que atualmente nossos professores encontram dificuldades para lidar com o dia a dia nas escolas. Lí numa reportagem que alguns professores acabam sendo reféns de seus alunos e que outros se encontram licenciados tratando de enfermidades, síndromes, exaustão e sem vontade de voltarem às salas de aulas. O mesmo acontece com nossos alunos que também se tornam reféns de um sistema de educação, de política e economia onde os valores são esquecidos tornando a escola a principal responsável pela formação da cidadania. “O aluno está sendo tratado como indivíduo ou sujeito de sua história?” Os alunos também têm medo ora de seus professores, ora de seus próprios colegas de classe e perdem a vontade de ir para a escola. PAZ nas escolas não depende de combate à violência, mas sim de saber administrar conflitos como princípio fundamental, acompanhados das três letras básicas (PAS) segundo Vasco Moretto, que é a relação entre Professor x Aluno x Sociedade. É preciso saber mobilizar recursos cognitivos  como a capacidade de administrar o seu emocional  e o emocional do aluno diante de um problema(AE), compreender os valores culturais que dão sentido à linguagem e que torna a situação relevante num contexto (VC), dominar as linguagens específicas relacionadas a um contexto(L),ter conhecimento de conteúdos relacionados à situação (C) e habilidades (H) no sentido de saber fazer para resolver a  situação com seus  alunos. 
Em 2001 depois de um levantamento feito nas escolas do DF diagnosticou-se alto índice de violência e de desconhecimento do Estatuto da Criança e Adolescente (ECA) por parte dos educadores e seguranças. Visando amenizar tal situação o Governo do Distrito Federal, Secretaria de Estado de Educação, Subsecretaria de Educação Pública, Diretoria de Apoio Pedagógico, Gerência de Apoio Psicopedagógico, Núcleo de Orientação Educacional e Escola de Aperfeiçoamento dos Profissionais de Educação realizaram o Projeto PAZ NAS ESCOLAS envolvendo várias regionais de ensino, professores, alunos e comunidade. Para a execução do projeto nós professores tutores fizemos um curso com Certificado de Extensão na Universidade Nacional de Brasília (UNB) de “EDUCAÇÂO PARA A PAZ” com a professora Rosângela do Departamento de Teorias e Fundamentos com encontros uma vez por semana. Daí seguíamos para repassar o curso no período de 04/04/2001 à 01/12/2001 para pelo menos 60 professores por Regionais nos turnos matutino e vespertino e que após as aulas repassavam as ações para suas escolas ,que por sua vez repassava à todos os profissionais de educação,alunos ,pais e comunidade. Minha participação no projeto foi na Gerência Regional de Ensino do Gama, no Centro de Ensino Fundamental 05 pela tarde às quintas feiras, com professores dos Centros de Ensino Fundamental (CEF) e Escolas Classes (EC), respectivamente CEF 01- 02 - 05 - 07-12 e EC 07 e 16. Também participou pela manhã a professora Consolação e as advogadas Climene e Shirley trabalhando com o Módulo IV - Princípios, Diretrizes e Normas do ECA. É gratificante Lembrar esse trabalho feito com muita harmonia em busca da paz dentro de cada um de nós e depois transmitir aos outros . No final do curso cada escola apresentou um projeto para ser executado a partir de 2002.
“Foi muito bom participar dessa história,o que passou, passou e o que ficou permanecerá para sempre.”  Dedico esse texto à minha filha Juliana que participou comigo fazendo atividades de meditação do OSHO com os professores e me deixou esse pensamento antes de partir..

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

APORÉ


Vasco Moretto disse que “competência é uma obra prima inacabada, um eterno desafio à nossa vontade de contínua transformação”.
Além do interesse na participação do curso os professores de Aporé ainda demonstraram a necessidade de mais tempo para aprofundamento dos temas abordados.
Aporé fica às margens do rio Aporé que separa o Estado de Goiás de Mato Grosso do Sul, na Região Centro Oeste do Brasil, com uma população pouco mais que 3.451 habitantes. Lá estive ministrando curso para professores de Ensino Fundamental envolvendo Educação Infantil à 5º ano de 27/08 à 01/9/2007. Chegar à cidade foi um pouco complicado, meu ônibus atrasou e tive que seguir para Mato Grosso do Sul e tomar um taxi para chegar a tempo de iniciar o curso de 48 horas para 40 professores. Fui muito bem recebida pela Secretaria de Educação e Prefeitura Municipal junto aos professores e servidores do município que cuidaram muito bem do nosso espaço e alimentação durante o curso. Além dos conteúdos abordados como Alfabetização e Letramento/Competência do Professor/Organização dos Espaços da Sala de Aula/Planejamento e etc. realizamos oficinas pedagógicas de Literatura, Produção de Texto, Leitura e Interpretação. Contamos com a presença da Secretária de Educação e do Senhor Prefeito daquela época em visita ao curso e compartilhando do almoço que cada dia tinha um cardápio diferente, bem goiano com comidas típicas da região. 
Pela tarde depois do curso dava para conhecer um pouco da cidade caminhando e um dos lugares mais bonitos é a ILHA onde vive a professora Cleonice. A parte do curso que mais se destacou em minha opinião foi a aplicação de jogos no processo de ensino-aprendizagem e a dramatização de histórias como forma de motivar a permanência do aluno na escola de maneira prazerosa.
Saudades de todos vocês aí em Aporé e quem sabe como diz o cantor” qualquer dia a gente ...vai se encontrar”...? “”

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

PROJETO VIDA


 O projeto vida, uma proposta de trabalho sócio-educativa de caráter emancipador tomando como base a questão da cidadania, foi mais um trabalho que realizei com Eveline, professora de psicologia da UNB na época e toda sua equipe de educadores de rua, oficineiros, crianças e adolescentes num tempo que foi muito bom para todos nós.

Como o próprio nome diz, foi um projeto de vida de cada um de nós em parcerias com a Cruzada do Menor, Conjunto Nacional, UNICEF e colaboradores voluntários. Tinha as oficinas de:

 Alfabetização / Letramento e Reforço;
Madeira e Brinquedo;
Esporte e Lazer;
Saúde (nutrição e higiene bucal);
Agro-ecologia.

 A minha oficina pedagógica (Alfabetização/Letramento e Reforço) atendia os meninos, quanto ao processo ensino-aprendizagem com duas propostas básicas:

A primeira, flexível, buscando atender as necessidades pedagógicas formais de cada criança;
A segunda, buscando a formação da cidadania.
No primeiro caso eu tinha que buscar uma metodologia adequada para o desenvolvimento do conteúdo pedagógico de alfabetização e de acompanhamento escolar;
No segundo caso, o conteúdo a trabalhar era voltado para a formação social, a capacitação para o mercado de trabalho e integração com as demais oficinas.

O atendimento aos meninos era feito de forma individual e grupal dependendo das atividades propostas para o dia e as outras oficinas.

 Também fazia parte do meu trabalho, um programa de atenção à família e comunidade, onde visitava os familiares com o intuito de sensibilizá-los para a necessidade de aprendizagem acadêmica de seus filhos e ajudando-os no sentido de acompanhar a criança-adolescente nas atividades escolares.

Intermediava a mãe ou responsável (muitas vezes avó, tia, madrasta) nas ações junto à escola e a comunidade como efetivando a matricula, do menino quando autorizadas por eles, buscando vagas nas turmas e acompanhamento da frequência...

Meu trabalho, portanto era junto à escola e à comunidade, a exemplo disso organizamos festa junina, pamonhada, roupas típicas, montagem de uma mini biblioteca e etc.

Tudo isso aconteceu numa chácara no Recanto das Emas, emprestada pelo Governo do Distrito Federal, aonde os meninos chegavam de manhãzinha, tomavam café com leite da vaca doada para o projeto, vestiam roupas adequadas, passavam por uma plenária, onde era feito o planejamento das atividades do dia e depois, dividiam-se em grupos para as oficinas.

Aí começava um vai e vem de meninos e educadores até a hora do almoço, quando todos tomavam banho, almoçavam (comida feita usando os próprios produtos colhidos na chácara e plantados por eles) e por último a plenária de avaliação do dia e encaminhamento às escolas. 

Levei comigo esse projeto de vida quando participei de um Congresso Internacional chamado “COMUNIDAD 96” realizado na Universidade de Havana - Cuba, onde tive a oportunidade de conhecer outros projetos executados em toda a América Latina e o “Projeto Vida” chamou a atenção dos educadores de outros países. Aprendi muito fazendo prazerosamente atividades com os meninos e com a equipe. Arlete, Eliseu, Eliomar “Passarinho”, Cícero, dona Leonora (mãe e cozinheira), Raul e outros mais estarão sempre dentro de mim como companheiros de caminhada das nossas vidas. Aqueles meninos que hoje são jovens, adultos que também aprenderam fazendo um projeto de vida onde quer que estejam hoje com certeza fizeram e fazem a diferença na sociedade. Parabéns Eveline!

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

NOVA VENEZA


Meu primeiro texto vai para Nova Veneza, ali pertinho de Goiânia, Goiás onde conheci Letícia e Patrícia Marcelina Loures, na época Secretária Municipal de Educação, uma das pessoas responsáveis por eu estar relatando isso. Aí realizei o “Curso de Capacitação” uma das atividades específicas do Projeto “Ações Educativas Complementares” realizadas em parceria com o FNDE (Resolução CD/FNDE nº14 de 07 de abril de 2006) que teve como objetivo principal “Estimular o desenvolvimento das potencialidades da criança, do adolescente e de suas famílias, por meio de ações educacionais complementares e prazerosas na escola que fortaleçam a auto-estima e enriqueçam a ação educativa das mesmas”. Atendemos o conteúdo programático determinado pelo projeto contemplando os temas discriminados, além de outros necessários para a integração em sala de aula como: Planejamento, Temas Geradores, Relação Professor x Aluno x Sociedade, Competência do Professor, e várias Oficinas Pedagógicas.


Saudades das 38 professoras e monitores de Oficinas que participaram do curso de 40 horas diretas com interesse e dedicação de 13 a 16 de dezembro de 2006 e também dos amigos e familiares dos alunos integrados no projeto. Um grande abraço a todas vocês e meu muito obrigada pela atenção e receptividade. Para Ivonete do Hotel, obrigada pela hospitalidade e comida gostosa! À ex-secretária de educação Patrícia e ao ex-prefeito que atenciosamente cumpriram as propostas do PTA (Plano de Trabalho Apresentado) do projeto o nosso agradecimento sincero e que eles sirvam de exemplo para a escolha dos futuros representantes daquela cidade.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

A ORIGEM

O motivo para criar este blog é o desejo de continuar meu trabalho feito por esse Brasil a fora e de expor minhas vivências dedicadas à educação e que seguramente ainda posso contribuir levando-as para outros colegas, professores, alunos e pais com quem aprendo muito para que sigam educando com mais auto-estima e entusiasmo. O nome “caeducando” é um trocadilho que criei misturando cá (de aqui, agora) + educando = caeducando (caducar) porque sei que onde eu estiver estarei educando sem importar a idade, lugar ou tempo e espaço. Também contribuiu para isso um fato vivenciado num dos cursos de Capacitação, quando uma professora prestou seu depoimento de avaliação da seguinte maneira:

_ Professora Lourdinha, quando a senhora entrou por aquela porta eu disse prá mim mesma que a senhora não daria conta porque somos mais de quarenta professoras recém formadas e pós-graduadas, que em quarenta e oito horas teremos que aprender trabalhar com projetos educativos. Este blog é a resposta a essa e muitas outras interrogações.